A Torre Negra

A Torre Negra existe no coração do Fim do Mundo. Conectando este universo a incontáveis outros, ela é o pináculo do tempo-espaço contínuo e o âmago do universo – o pilar estável e central ao redor do qual os mundos giram. Os mundos giram e as estações passam, mas a Torre Negra é atemporal, pois ela gerou o tempo. No início de seu reino há centenas de anos, Arthur Eld jurou proteger a Torre das forças caóticas do Primal – um juramento honrado por todos os seus descendentes humanos. Infelizmente para os muitos mundos que giram ao redor do eixo central da Torre, o filho não-humano de Arthur – conhecido como o Rei Rubro – se submeteu às Trevas Exteriores e jurou destruir a Torre e o multiverso.


Situada em um campo de rosas vermelhas conhecido como Can’-Ka No Rey, a gigante e cinzenta Torre não passa de uma lenda para muitos habitantes do Mundo Médio. Para outros, porém, ela é uma entidade viva – a encarnação sagrada do grande deus Gan. Emanando dos dois postes de aço que se sobressaem do topo da Torre estão os seis raios de energia magnética conhecidos como Feixes. Esses Feixes passam pelo centro da Torre Negra e mantém o alinhamento correto de tempo, espaço, tamanho e dimensão dos mundos. Esses Feixes se estendem através do Mundo Médio, afetando o movimento das nuvens, a gravidade e o alinhamento espaço-tempo em seus caminhos. Dois Portais existem nos fins opostos de cada Feixe, criando um total de doze Portais maiores levando para dentro e para fora do Mundo Médio. Cada um dos doze Portais serve como porta para outras dimensões e é protegido por um totem animal conhecido como Guardião.


A Torre está a aproximadamente 120 rodas do canto mais sudeste das Terras Brancas de Empática. A aproximação da Torre Negra dessa direção consiste em uma longa colina subindo levemente e uma grande estrada alinhada com os restos desmoronados de paredes de pedra em ambos os lados. Rosas selvagens crescem em abundância ao meio do pavimento quebrado. Além das paredes estão estranhos edifícios de pedra, obeliscos, e as ruínas de castelos ou templos que sem dúvida serviam como monumentos religiosos em algum ponto no passado distante. Estátuas de homens gigantes de pedra olham para o norte, suas poderosas faces pintadas de vermelho. A Torre inteira é cercada por um campo de rosas rubras conhecido como Can’-Ka No Rey, sendo o ponto mais externo a aproximadamente 500 rodas da base da Torre. Uma estrada branca circula ao redor da Torre e a separa de Can’-Ka No Rey.


A Torre Negra em si possui janelas estreitas que emitem um brilho azulado místico, e ascendem o edifício em uma espiral gradual a quase 200 metros de altura. Cada uma de suas tortuosas escadarias leva a um nível diferente da criação, incluindo períodos distantes do tempo e realidades alternativas. No topo da Torre há uma janela oval envidraçada consistindo de doze cores: vermelho, laranja, amarelo, verde escuro, azul escuro, anil, violeta, azul claro, verde claro, roxo escuro, marrom e cinza. Mas o centro circular dessa janela é negra como o centro do Todash. (Como muitos estudiosos notaram, o padrão de cores da janela da Torre foi um protótipo para as cores das notórias esferas videntes conhecidas como Arco-Íris do Mago.)


A porta da Torre é feita de uma peça gigante de madeira negra com bandas de aço. Apesar de a Torre Negra parecer ter sido construída de pedra cinza, a lenda diz que sua pedra é na verdade carne enrijecida, e que a Torre, os Feixes e as rosas são um a entidade viva e auto-suficiente. Assim como se acredita que a Torre seja o corpo de Gan, o primeiro ser a surgir do Primal, as rosas e os Feixes seriam uma força viva e cantante que emana de seu corpo.