Stephen King sobre Tiroteios em Massa: “Não Temos Mais o que Dizer”

Stephen King foi o autor convidado do The New York Times para um pequeno ensaio sobre o massacre que aconteceu em Lewiston na última quarta-feira (25 de outubro de 2023).

Segundo o G1, o atirador que matou 18 pessoas e feriu outras 13 em Leviston no Maine (Cerca de 80 km de Bangor, onde Stephen King mora), o atentado ocorreu quando o atirador (O suspeito era um reservista do exército de 40 anos) invadiu um bar e uma pista de boliche. Esse é o ataque em massa com o maior número de vítimas fatais dos Estados Unidos neste ano. A polícia e o governo do Maine pediram para que as pessoas procurassem locais seguros. O Comercio foi orientado a fecharem as portas. As aulas foram suspensas nas escolas públicas de Lewiston. As buscas forem feitas por centenas de policiais em busca pelo criminoso, inclusive com o auxílio de helicópteros. A busca durou quase 48 horas, quando o corpo do atirador foi encontrado na sexta-feira (27 de outubro), o comissário do Departamento de Segurança Pública do Maine disse que o criminoso, aparentemente, atirou contra si mesmo.

Maine tem baixos índices de criminalidade. Durante todo o ano de 2022, 29 homicídios foram registrados em todo o estado. Porém o estado não exige licença para porte de armas, e tem uma cultura de longa data de posse de armas que está ligada às suas tradições de caça e tiro esportivo. Os EUA têm mais armas do que pessoas, um em cada três adultos possui pelo menos uma arma e quase um em cada dois adultos vive numa casa onde há o menos uma arma e mais de 15 mil foram vítimas da violência armada desde o início do ano no país.

Stephen King autor de inúmeras obras de ficção e morador do Maine, escreveu ao The New York Times:

“Não há solução para o problema das armas e pouco mais para escrever, porque os americanos são viciados em armas de fogo.

O deputado Jared Golden, do Segundo Distrito Congressional do Maine, reverteu o rumo e diz que agora apoiará a proibição de rifles semiautomáticos de estilo militar, como o usado no assassinato de 18 pessoas em Lewiston esta semana. Mas é provável que nem a Câmara nem o Senado aprovem tal lei e, se o Congresso realmente o fizesse, o Supremo Tribunal, tal como existe agora, quase certamente a consideraria inconstitucional.

Cada tiroteio em massa é um soco no estômago; com cada um deles, pessoas sem imaginação dizem: “Nunca pensei que isso pudesse acontecer aqui”, mas essas coisas podem e acontecerão em qualquer lugar e em qualquer lugar neste país fechado e carregado. As armas estão disponíveis e os alvos são fáceis.

Quando é difícil obter armas de tiro rápido, as coisas melhoram, mas não vejo tal melhoria no futuro. Os americanos adoram armas e parecem dispostos a pagar o preço com sangue.”

Stephen King

Em recente entrevista com George R. R. Martin, citada pelo jornal britânico Guardian, Stephen King afirmou que enquanto as pessoas puderem “comprar uma máquina de matar” com facilidade, em qualquer loja, outros massacres acontecerão.

“Os disparos ocorreram a menos de 80 km de onde eu moro. Cursei o Ensino Médio na cidade de Lisbon (que fica ao lado). São as armas de fogo, pessoal. Isso é loucura em nome da liberdade de expressão. Parem de eleger defensores da morte”

escreveu Stephen King em uma publicação na rede social X (Twitter).

Stephen King vem lutando pela regulação da venda de armas nos Estados Unidos a tempos. Em meados de 1997 tirou Fúria de circulação, sendo a razão do banimento os atentados ocorridos em escolas americanas que de alguma forma havia tinha conexão direta ou indireta com o livro e seu enredo. Em 2013, escreveu um ensaio intitulado “Guns” (Armas, em tradução livre) no qual defendia a proibição de armas automáticas e semiautomáticas, afirmando que são “armas de destruição em massa”.

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