A Torre Negra

Ficha técnica
Título Original: The Dark Tower – Volume VII: The Dark Tower
Título Traduzido: A Torre Negra – Volume VII: A Torre Negra (2007 – Presente)
Ano de Publicação: 2004
Páginas: 872 (Edição de 2007 – Objetiva/Suma)
Personagens: Roland Deschain, Ted Brautigan, Susannah Dean, Rei Rubro, Jake Chambers
Conexões: Todo o universo já escrito por King
Personagens Citados: Ted Brautigan, Dinky Earnshaw
Disponível no Brasil pelas Editoras: Objetiva (2007); Suma de Letras (2012); Ponto de Leitura (2013)
Sobre o livro
O final da jornada de Roland Deschain de Gilead se aproxima. Enquanto o olho do Rei Rubro recai sobre o ka-tet, Roland e seus companheiros precisam correr contra o relógio para evitar a destruição do último feixe que sustenta a Torre Negra, ao mesmo tempo em que precisam salvar Stephen King de ser morto no ano de 1999 de nosso mundo. Eis a batalha final que decidirá o destino de todos os mundos e da própria Torre Negra.
Resenha
A Torre Negra, o sétimo e último volume da série homônima de Stephen King, é a culminação de uma das jornadas literárias mais ambiciosas já criadas. Roland Deschain finalmente chega à Torre, mas não sem antes atravessar um caminho repleto de sacrifícios, revelações e simbolismos que ecoam as grandes narrativas épicas. O livro é, ao mesmo tempo, uma celebração da persistência e uma meditação sombria sobre os custos da obsessão.
King, ao longo da obra, desconstrói o mito do herói. Roland é um protagonista complexo, cuja obstinação pela Torre frequentemente o coloca em rota de colisão com a moralidade e os laços humanos. O ka-tet, formado por Eddie, Susannah, Jake, Oy e o próprio Roland, é gradualmente desfeito, cada perda carregada de uma inevitabilidade trágica. Essas separações não são apenas eventos narrativos; elas representam o peso das escolhas e a forma como o destino parece implacavelmente moldar o caminho de Roland.
A Torre Negra em si é o ápice de uma metáfora que permeia toda a série: o que reside no centro de nossas buscas? A Torre é um símbolo do objetivo último, mas também do vazio inerente ao alcançar aquilo que se deseja a qualquer custo. O clímax do livro, controverso e deliberadamente cíclico, desafia expectativas e força o leitor a reavaliar tudo o que acompanhou até aquele ponto. O eterno retorno de Roland à jornada inicial é uma metáfora poderosa sobre arrependimento, aprendizado e o desejo insaciável que pode definir – e aprisionar – uma vida.
O Rei Rubro, antagonista central, surge como uma figura que encarna o caos e a destruição, mas que também é surpreendentemente vulnerável. Seu confronto com Roland não é uma batalha épica tradicional, mas um lembrete de que o verdadeiro inimigo está muitas vezes dentro de nós mesmos. A inclusão de personagens como Patrick Danville, cujas habilidades artísticas desempenham um papel crucial no desfecho, acrescenta uma camada de metalinguagem, questionando a relação entre o criador e sua obra.
A escrita de King, aqui, é repleta de intertextualidades e autorreferências, unindo este universo ao restante de sua bibliografia. Elementos de livros como Insônia e Corações na Atlântida surgem, expandindo a mitologia da Torre e reforçando a ideia de que todas as histórias estão interligadas. Além disso, King inclui a si mesmo na trama, desafiando convenções narrativas e ampliando o debate sobre o papel do autor na criação e na responsabilidade para com seus personagens.
O ritmo do livro, no entanto, não é perfeito. Há trechos em que a ação parece ser sacrificada em prol da introspecção ou da construção de mitologias complexas, o que pode testar a paciência de alguns leitores. Ainda assim, esse desequilíbrio é parte do charme único da série, que não se preocupa em agradar, mas em desafiar.
A Torre Negra é um final que ressoa muito além da última página, uma obra que desafia convenções e expectativas. Mais do que uma história sobre Roland e seu mundo, é uma reflexão sobre o significado da jornada, o peso das escolhas e a natureza do próprio ato de contar histórias. King entrega um desfecho que é tão provocativo quanto emocionalmente devastador, garantindo que a busca pela Torre Negra será lembrada como uma das maiores aventuras da literatura moderna.
Curiosidades
- O subtítulo do livro é “RENOVAÇÃO”.
- Concorreu e venceu como melhor livro de fantasia no Locus Awardde 2005.
- Publicado no dia 21 de setembro de 2004, aniversário de 57 anos de Stephen King.
- O último episódio da primeira temporada da série “Revolution” se chama “The Dark Tower”. O seriado é conhecido por fazer referências às várias obras de King.
Conexões
- Duplos, é sugerido que Pere Callahan e Ted Brautigan podem ser duplos.
- 19 de junho de 1999, o dia em que Jake e Roland Deschain salvaram a vida de Stephen King
- Quando Susanna Dean está na casa de “Dandelo”, ela bate em si mesma enquanto ri e fica envergonhada por causa do sangue escorrendo do nariz e isso a faz pensar no tempo em uma aula de ginástica que ela menstruou e as meninas lhe jogaram tampões gritando “Arolha” (“plug it up” em inglês). Igualmente acontece a Carrie White, quando ela fica menstruada pela primeira vez na aula de ginástica.
- Em A Torre Negra – Vol. 7 A Torre Negra, Susannah tem um sonho em que o próprio número 19 diz a ela que todos os seus amigos estão mortos. No conto de 1408, do livro Tudo é Eventual, Mike Enslin ouve uma mensagem semelhante pelo telefone. Apenas o telefone diz: “Este é nove. Nove. Isto é Dez. Dez. Todos os seus amigos estão mortos.”