Castle Rock, no Maine, é uma das cidades fictícias mais importantes para as histórias de Stephen King, ao lado de Derry e Jerusalem´s Lot (da qual já falamos anteriormente aqui). Localizada no sudoeste do Maine, entre as cidades de Rumford e Augusta, a cidade (cujo nome foi inspirado no forte fictício de mesmo nome construído pelos garotos em “O Senhor das Moscas”, um dos livros favoritos de Stephen King) foi projetada por Steve para ser “um modelo em escala da sociedade norte-americana contemporânea”. Sua população estava estimada em cerca de 1.500 pessoas, antes dos trágicos acontecimentos do início da década de 90 (veja mais adiante) que acabaram por praticamente transformar a cidade em uma cidade fantasma.
Superficialmente Castle Rock foi uma típica cidadezinha rural dos EUA, repleta de lojinhas de conveniência caseiras e com um espírito de comunidade bastante afiado, do tipo “o que acontece em Castle Rock fica em Castle Rock”, bem semelhante ao sentimento que permeia Little Town, a ilha onde se passam as histórias de “Eclipse Total” e da minissérie “a tempestade do século”. Entretanto, a vila supostamente tranquila teve em sua história uma série de acontecimentos violentos, o que sugere que a cidade funciona como catalisadora de eventos deste tipo (algo bem semelhante com o que acontece em Derry e Jerusalem´s Lot, cidades “naturalmente más”).
Em 1979 um serial killer estava perseguindo mulheres jovens e inocentes nas ruas de Castle Rock. O Xerife George Bannerman pediu então ajuda para um morador local chamado Johnny Smith para solucionar o caso. Johnny sofrera um acidente de carro e permaneceu quatro anos em coma, até acordar de repente com a incrível capacidade de ver o futuro tocando itens pessoais ou locais onde as pessoas tocaram (Para mais informações leia “A Zona Morta”). Em 1981 Castle Rock foi palco de um incidente isolado onde um da raça São Bernardo chamado “Cujo” atacou furiosamente Vic e Donna Camber (além do jovem Tad) após um surto de raiva (no livro “Cão Raivoso”, raro no Brasil). Em 1991 a cidade foi novamente palco da luta entre o bem e o mal, quando um estranho, Leland Gaunt, se mudou para Castle Rock e abriu uma lojinha de conveniências chamada “Coisas Necessárias”, onde qualquer coisa que você desejasse estaria lá e tudo o que você precisaria fazer é pagar uma quantida absurdamente menor do que você geralmente pagaria por essa coisa e pregar uma peça em algum cidadão de Castle Rock. Isso fez com que o caos se instalasse aos poucos na cidade, levando-a aos acontecimentos que acabaram por destruí-la (veja mais em “Trocas Macabras” – Raro).
Porém, não foram somente coisas ruins que aconteceram na cidade. Ela também foi palco das aventuras do então jovem Gordon LaChance, que futuramente se tornaria escritor e escreveria sobre sua vida no conto “O Corpo” do livro “Quatro Estações” e de outros personagens como Ophelia Todd em “Atalho da Sra Todd” e Otto Schenck em “Caminhão do Tio Otto”, ambos contos da coletânea “Tripulação de Esqueletos”. Além disso, Castle Rock também aparece ou é citada em várias outras histórias.
Histórias onde a cidade é mencionada:
- O último turno (conto do livro “Sombras da Noite”)
- Creepshow (filme)
- Rita Hayworth e a redenção de Shawshank (conto do livro “Quatro estações”)
- O Cemitério
- Gramma (conto de “Tripulação de Esqueletos”)
- Nona (conto de “Tripulação de Esqueletos”)
- IT – A Coisa
- Jogo Perigoso
- Os Estranhos
- Dança da Morte
- Saco de Ossos
- The girl who loved Tom Gordon (inédito no Brasil)
- Montado na Bala
- O apanhador de sonhos
- O homem do terno preto (conto do livro “tudo é eventual”)
- Kingdom Hospital (série de tv)
- Love: a história de Lisey
- N. (conto de “Ao cair da noite”)
- Sob a Redoma
- Premium Harmony (conto publicado originalmente na edição de novembro de 2009 do The New Yorker e posteriormente no livro “The Bazaar of Bad Dreams”)
- Novembro de 63
- Um bom casamento (conto de “Escuridão Total Sem Estrelas”)
- Doutor Sono
- Revival
- O Nevoeiro (filme)
O Ciclo de Castle Rock
O Ciclo de Castle Rock é composto de doze histórias, sendo elas seis livros e seis contos. Outros contos e livros onde Castle Rock somente é mencionada não são considerados partes deste ciclo. Se todas as histórias forem lidas em ordem cronológica, elas vão contar o fascinante destino da pequena cidade.
Os protagonistas das diversas histórias passeiam de um livro para o outro. No último livro de Castle Rock, Trocas Macabras, King aprofunda a história de muitas personagens e traça o futuro de cada um. Por isso é possível que uma personagem que esteja viva em um livro acabe morrendo num próximo. Um bom exemplo é o xerife da cidade George Bannerman, que é apresentando em A Zona Morta, acaba sofrendo um final cruel em Cujo e é substituído por Alan Pangborn em Trocas Macabras.
A ordem cronológica do Ciclo de Castle Rock é a seguinte:
- Squad D (inédito em português)
- O Corpo (do livro Quatro Estações)
- A Zona Morta
- Cujo
- Nona (do livro Tripulação de Esqueletos)
- O Caminhão do Tio Otto (do livro Tripulação de Esqueletos)
- O Atalho da Sra. Todd (do livro Tripulação de Esqueletos)
- A Metade Negra
- O Cão da Polaroid (do livro Depois da Meia-noite)
- Trocas Macabras
- A Gente Se Acostuma (do livro Pesadelos e Paisagens Noturnas)
- Premium Harmony (do livro Baazar of Bad Dreams)
Professor de Língua Portuguesa e Literatura, graduado em Letras pela UEG (Universidade Estadual de Goiás), pós-graduado em arte/educação pela UFG, viciado em literatura de terror/suspense, amante incondicional de séries e Hq´s e fã de carteirinha do mestre Stephen King desde 1996.
3 Responses
Desde de garoto quando em 1994, assisti Conta comigo (Stand by Me)nunca tirei essa cidadezinha da minha cabeça!
ótimo site!.
Castle Rock é intrigante. Vamos ficar de olho na nova série que vai se passar nela pra vermos se será boa mesmo.
Cara, não consigo lembrar da citação dela em O Cemitério… Que agonia!!
O que acha que vai sair da série? Ela me parece bem promissora, tem até nomes importantes no meio.