Como já é de conhecimento da maioria dos leitores constantes e visitantes deste humilde fã-site, o stephenking.com.br tem uma coluna chamada “Dica Literária”, onde falamos um pouco mais sobre os lançamentos de nossas editoras parceiras que não estão relacionados ao universo Kingniano, mas que ainda assim são ótimos livros, com o intuito de divulgar ainda mais a boa literatura. Neste mês de Novembro teremos três grandes lançamentos. O primeiro deles trata-se do novo livro do espião mais famoso da literatura, James Bond (007)…
“Solo”, romance escrito por William Boyd a pedido dos herdeiros de Ian Fleming, autor dos romances originais, nos apresenta um Bond quarentão, mas ainda plenamente na ativa, arriscando-se em uma missão solo onde precisará usar de toda sua experiência e pericia para conseguir sair vivo dessa.
Uma sangrenta guerra civil irrompe em Zanzarim, um pequeno país da Africa Ocidental, motivada pela exploração das extensas reservas de petróleo. Bond é convocado para dar fim à guerra, destruindo os planos separatistas do líder rebelde Adeka, que se opõe às forças governamentais há vários anos.
Boyd, um dos mais importantes autores britânicos da atualidade, conseguiu dar vida a um Bond com características bem semelhantes ao original, mas não deixando de lado sua própria linha estilística. O Bond de Boyd é mais velho e maduro do que o original (a aventura se passa no final da década de 60), mas tão sóbrio e elegante quanto o de Fleming (e completamente diferente do Bond atual dos cinemas, que convenhamos… De 007 só tem o nome), gosta de gastronomia requintada, mulheres bonitas e carros potentes, além de não abrir mão de sua licença para matar, usando-a com relativa freqüência em uma missão solo que de tão complexa em determinados momentos parece quase suicida, nada que o bom e velho 007 não possa tirar de letra.
De início o enredo se desenvolve de maneira um pouco lenta, com um Bond constantemente assombrado por lembranças de seu passado na segunda guerra, mas aos poucos a trama toma ritmo próprio e a história se desenvolve melhor, prendendo o leitor até a última página (terminei o livro em pouco mais de dois dias). Personagens complexos (alguns nem tantos), com suas próprias motivações intrincadas em diferentes níveis, em “Solo” quase ninguém é realmente aquilo que parece, e o próprio Bond em alguns momentos se questiona sobre o real valor da missão imposta a ele por “M”, até finalmente decidir agir por conta própria.
Em resumo, “007 –Solo” trata-se não apenas de mais um romance de Bond, mas também é uma bela homenagem à criatura e ao criador do maior agente que a literatura já viu.
As Luzes de Setembro – Carlos Ruiz Zafón
Em 1937 Simone Sauvelle sofre um grande baque. Ela fica viuva e se vê perdida, sem saber o que fazer, já que seu marido era o alicerce de toda a família. A ajuda não demora a chegar na figura de Lazarus Jann, um fabricante de brinquedos que mora na Mansão Cravenmoore, na Normandia, para onde Simone e seus dois filhos, Irene e Dorian, se mudam a convite do próprio Lazarus, que demonstra ser uma pessoa muito atenta e amigável.
Todos estão muito animados com a vida, quando coisas estranhas começam a acontecer. Luzes sinistras e aparições macabras perturbam a harmonia de Cravenmoore, e Hannah, a jovem de apenas 16 anos, amiga de Irene, aparece morta, com a causa da morte tida como infarto. Intrigados Irene, Dorian e Ismael (primo de Hannah) passam a investigar a real causa da morte da amiga e descobrem que o passado da Baia Azul, com seu farol e a densa neblina que se arrasta fantasmagoricamente através dele pode ser muito mais perturbador do que eles imaginavam.
É curioso como as vezes conhecemos ótimos autores por “acidente”. Lembro-me com carinho do primeiro livro de Carlos Ruiz Zafón que tive o prazer de ler (A Sombra do Vento) que ganhei alguns anos atrás, de presente de uma amiga e simplesmente “devorei” em um único dia. Algo parecido aconteceu agora com “As Luzes de Setembro”, novo lançamento do autor pelo selo Alfaguara. Diferente do primeiro livro, este faz parte de uma nova trilogia lançada pelo autor em terras tupiniquins com a proposta de uma leitura mais dinâmica (a história é originalmente um romance infanto-juvenil, publicada lá fora antes dos romances adultos lançados por Zafon aqui) e talvez por isso mesmo eu tenha gostado tanto.
Em “As Luzes de Setembro” não há indagações filosóficas ou grandes pretensões literárias. Trata-se de um romance simples, direto e sincero, do tipo que você pega para ler em uma tarde, relaxando em uma rede, embaixo da sombra de uma árvore enquanto toma um copo de chá gelado, sem desgrudar os olhos das páginas para não perder nenhum detalhe da história.
A terceira indicação literária da semana é “O Herói Discreto” de Mario Vargas Llosa. Como ainda não terminei a leitura, deixo abaixo a resenha do site oficial. Assim que terminar atualizo o post com as minhas impressões sobre o livro.
“Nunca se deixe pisar por ninguém, filho. Este conselho é a única herança que posso lhe deixar.”
O herói discreto é um romance clássico de Vargas Llosa, que entrelaça, com maestria, histórias de crimes e intrigas, amores e reviravoltas.
Felícito Yanaqué é o dono de uma empresa de transportes em Piura, no norte peruano. Um dia, antes de ir ao trabalho, se surpreende ao encontrar uma carta anônima, presa à porta de sua casa. Sua família e sua empresa serão protegidas, diz o texto, mediante um pagamento mensal. Como assinatura, uma sinistra aranha, atrás da qual se escondem os chantagistas. Mas ele é um homem que aprendeu com o pai a não se curvar a nada, e fará o possível para combater esse perigo invisível. A partir de então, mergulha numa rede de ameaças que irá colocar em risco não só seu trabalho, mas as pessoas que ama.
Em paralelo, em Lima, Ismael Carrera, viúvo septuagenário dono de uma companhia de seguros, decide mudar completamente o rumo de sua vida. Sabendo que os filhos gananciosos querem apenas seu dinheiro, ele se casa secretamente com uma mulher bem mais jovem, que trabalhou como empregada na casa da família. Seus filhos, inconformados, farão de tudo para destruir a vida do pai.
Felícito e Ismael terão de lutar, mas não estão sozinhos. Em O herói discreto, de maneira brilhante, Mario Vargas Llosa traz à cena alguns de seus mais cativantes personagens — o sargento Lituma, além de don Rigoberto, Lucrecia e o jovem Fonchito — para tomarem parte nessa luta.
Professor de Língua Portuguesa e Literatura, graduado em Letras pela UEG (Universidade Estadual de Goiás), pós-graduado em arte/educação pela UFG, viciado em literatura de terror/suspense, amante incondicional de séries e Hq´s e fã de carteirinha do mestre Stephen King desde 1996.