The King Family and the Wicked Witch tem um curiosíssima história em relação à sua publicação. Foi publicada no FLINT, um jornal desconhecido do Kansas, no dia 25 de agosto de 1977. O jornal ainda trazia três ilustrações “de Naomi” (provavelmente Naomi King). É praticamente impossível de se achar uma cópia original deste jornal, e as poucas que existem circulam entre colecionadores…
O editor do jornal, Roy D. Krantz, escreve este seguinte prefácio sobre a história:
Stephen King e eu fomos para a faculdade juntos. Não, não éramos melhores amigos, mas dividimos algumas cervejas na Motor Inn da Universidade. Nós também trabalhamos para o jornal da faculdade no mesmo tempo. Não, Steve e eu não somos melhores amigos. Mas eu estou feliz que ele “tenha conseguido”. Ele trabalhou duro e acreditou nele mesmo. Depois de oito milhões de livros vendidos, é difícil lembrá-lo como um típico estudante sem dinheiro. Todos nós sabíamos que ele conseguiria.
Em janeiro passado eu escrevi sobre uma visita com Steve nas férias de verão. Nós conversamos sobre seus livros, Carrie, A Hora do Vampiro, O Iluminado e o próximo a ser lançado, A Dança da Morte. Nós conversamos sobre o Stanley Kubrick querer fazer uma versão cinematográfica de um de seus novos livros. Não falamos muito sobre o passado. Nós falamos sobre o futuro – seus filhos, FLINT…
Ele me deu uma cópia de uma história que tinha escrito para seus filhos. Nós quase a publicamos naquela época, mas havia muita preocupação de nossa equipe, de como a história seria recebida pelos nossos leitores. Nós não a publicamos. Bem, nós discutimos tempo suficiente. É muito fofa para você não ler. Nós fizemos a decisão final depois de passar uma noite assistindo TV semana passada. Outras 57 coisas ofensivas foram ditas, não mencionando os assassinatos, estupros, e guerras… nós decidimos para você julgar. Se alguns pais se ofenderem com a palavra “peido”, é melhor você não ler – mas não proíba as suas crianças, elas amarão!
Como foi sugerido pelo editor deste jornal, a história não fora anteriormente publicada por causa de seu título original, The King Family and the Farting Cookie (A Família King e o Biscoito Peidorreiro). Pelo menos uma cópia do manuscrito com esse título existe.
Neste conto, a Bruxa Hazel não gostava da família King, pois eles eram a família mais feliz de Bridgton, Maine. Por isso, ela se disfarça de uma admiradora dos livros de Stephen King, vai até a casa dos Kings e pede por autógrafos. Como agradecimento, ela deixa biscoitos mágicos para os Kings. Depois que a Bruxa vai embora, os Kings cometem o terrível erro de comer os biscoitos e coisas terríveis acontecem com a família.
Stephen King é um personagem na história, mas seu primeiro nome nunca é mencionado – “Tinha um papai que escrevia livros.” Tabitha King também aparece na história, e também não tem seu nome revelado, aparecendo na história como “mamãe” – “…ela escrevia poemas e cozinhava.” Os dois filhos, Joe e Naomi, também são personagens.
A família King viveu na cidade de Bridgton, Maine, em 1977, sendo o local e a data do conto. Provavelmente este conto foi escrito no mesmo ano. A cidade de Bridgton também é mencionada em outras histórias, como O Nevoeiro. A Bruxa compra alguns livros de Stephen King na farmácia The Bridgton, mesmo local mencionado em Cujo, Apanhador de Sonhos e O Nevoeiro.
O conto pode ser melhor descrito como um conto de fadas, escrito por King para seus filhos. Quando era criança, Naomi dizia que tinha medo dos livros de seu pai, e não gostava do que ele escrevia. Essa foi uma das história que King escreveu pensando em seus filhos, a segunda foi Os Olhos do Dragão.
King já deixou claro que não gostaria de ver esse conto republicado de modo algum, então, para aqueles interessados em ler essa divertida história com a família King, cliquem aqui. As três ilustrações da Naomi estão juntas com a tradução.
Fonte: Baú de Stephen King
Professor de Língua Portuguesa e Literatura, graduado em Letras pela UEG (Universidade Estadual de Goiás), pós-graduado em arte/educação pela UFG, viciado em literatura de terror/suspense, amante incondicional de séries e Hq´s e fã de carteirinha do mestre Stephen King desde 1996.
Uma resposta
Já mostrando o quão autor ele era naquela época. Reflexos atemporaris, em outras palavras, vindos do futuro; de mais adiante. Ainda que nesta época ele já estivesse “moldado” como Escritor.
Raridade. Parei de revisar meu romance só para conferir melhor esta raridade. Gravando aqui.
Abraços
Leon Nunes,