Livro da Semana: Duma Key

Título Original: Duma Key
Título Traduzido: Duma Key
Ano de Publicação: 2008
Data de Publicação nos EUA: 22/01/2008
Personagens Principais: Edgar Freemantle, Xander Kamen, Jerome Wireman
Cidade da História: Duma Key (Ilhota fictícia – Flórida)
Estados da História: Flórida, Minnesota
Disponível no Brasil pelas Editoras: Objetiva (2009)

Sinopse/Crítica

Um acidente terrível em um canteiro de obras arranca o braço e a mão direitos de Edgar Freemantle e embaralha sua memória e sua mente. A raiva é praticamente tudo o que lhe resta enquanto inicia sua penosa recuperação. O casamento que gerou duas filhas maravilhosas termina de repente e Edgar começa a desejar não ter sobrevivido às lesões que quase o mataram.

Seu psicólogo sugere uma “cura geográfica”, uma nova vida longe das cidades gêmeas de Minneapolis-Saint Paul e da empresa que ele construiu do nada. E sugere que Edgar também retome o hábito de desenhar.

Ele troca, então, Minnesota por uma casa alugada em Duma Key, uma ilhota de beleza extraordinária e estranhamente subdesenvolvida na costa da Flórida. Lá, ele ouve o chamado do sol se pondo no Golfo do México e da maré chacoalhando as conchas na praia – e desenha.

Uma visita de Ilse, sua filha mais querida, o incentiva a abandonar a solidão. Ele encontra um amigo em Wireman – um homem que reluta em revelar suas próprias feridas – e, posteriormente, em Elizabeth Eastlake – uma idosa cujas raízes estão fincadas em Duma Key. Edgar passa a pintar – às vezes de modo febril -, e seu talento em combustão se revela tanto uma dádiva quanto uma arma. Muitos de seus quadros têm um poder que não pode ser controlado. Quando os fantasmas do passado de Elizabeth começam a surgir, descobrimos o perigo que suas pinturas surreais representam.

Narrada em primeira pessoa pelo personagem principal, Edgar Freemantle, Duma Key, diferente de grande parte dos romances do autor, não tem grandes momentos de alternância literária. King mantém um fluxo constante de ideias, quase que num mesmo nível, excetuando raras exceções. Isso acontece em grande parte dos seus romances mais recentes, dando a entender que com o tempo e a prática ele desenvolveu mais suas habilidades de síntese sem recorrer ao famoso “embromation” que permeia boa parte dos seus livros mais antigos.

Edgar Freemantle assume desde o inicio o papel de narrador, aproximando mais o leitor aos inumeros dramas recorrentes do seu acidente no canteiro de obras, onde perdeu, além da capacidade de raciocinar num nível intelectual mais amplo, num primeiro momento, sua esposa, que o abandonou em seguida, graças a seu temperamento agressivo e ao fato de que Freemantle havia se tornado um homem completamente diferente após o acidente. Boa parte do livro se desenvolver ao redor dos dramas pessoais dele e mais uma vez King relega o sobrenatural à um segundo (mas não menos importante) plano, criando uma ilha misteriosa capaz de trazer a vida os quadros pintados por Freemantle.

A leitura de “Duma” é agradável, descompromissada, o tipo de livro que, apesar das quase 700 páginas pode ser terminado sem um grande esforço por parte do leitor. King não apresenta personagens muito complexos, ao invés disso prefere apostar na velha formula: Um lugar misterioso (e, em geral, com estranhos poderes paranormais, como “Rose Red” ou o hotel “Overlook”), um anti-herói problemático (como Jack em “O iluminado”, ou John em “Zona morta”), além, é claro, do coadjuvante sempre disposto a ajudar o mocinho (Wireman está para Freemantle assim como Dick Hallorann está para Danny em “O iluminado”). Dessa forma ele tenta – e consegue – fazer o que sabe de melhor; contar uma boa história cujo único compromisso é prender a atenção e divertir seus leitores do inicio ao fim.

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4 Responses

  1. Esse livro mantém o ritmo constante, sem muitas “pausas” no enredo …Priscila, leia mesmo esse livro! Você vai amar! Quando comecei a compreender melhor os quadros…nossa!

  2. Duma Key foi o primeiro livro que consegui ler após minha filha ter nascido, pois além de ter perdido minha capacidade de concentração (não dormia direito), todas as vezes que eu tentava ler, ela também queria…
    Sobre o livro, eu simplesmente amei…literalmente fiquei ansiosa com o desfecho, sofri junto com Edgar e senti um vazio ao terminá-lo…

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