Relâmpagos, trovões, portas batendo sozinhas, corredores escuros, um corcunda andando ao fundo e um piano que toca sozinho. Em meio à nevoa, nos corredores de uma antiga mansão – provavelmente mal assombrada – surge Stephen King com um candelabro em uma das mãos e um corvo sinistro na outra. “Você me conhece?”, ele pergunta. “É assustador quantos livros de terror eu tenho escrito.” – continua ele – “Mas quando eu ainda não sou reconhecido isto me mata. Então ao invés de mostrar ‘Carrie’, eu mostro o meu cartão American Express*. Sem ele a vida não é um pouco mais assustadora?” Ele finaliza com um “Cartão American Express: Não seja mau sem ele!”
No início dos anos 80 a empresa de cartões de crédito havia criado uma campanha muito bem sucedida, onde apresentava pessoas famosas pelos seus nomes, mas cujos rostos não eram necessariamente conhecidos, se apresentando com a pergunta; “Você me conhece?” Steve estava entre elas e posteriormente ele admitiria que fora um grande erro fazer aquele anúncio. Ele temia que sua imagem ficasse marcada (como ficou, durante muito tempo), pelo estereótipo já perpetuado no imaginário das pessoas, de que um escritor de terror também precisa ser uma pessoa naturalmente macabra. É claro que quem já viu pelo menos uma entrevista de Steve sabe que isto não é verdade. Mas convenhamos… Com um comercial como esse, fica difícil não comprar a ideia, não é? rsrs
* Outra tradução possível seria: Então ao invés de dizer ‘eu escrevi Carrie’, eu ‘carrego’ meu cartão American Express – Carrie e “Carry” – verbo “carregar” – em inglês possuem a mesma pronuncia, daí o motivo do trocadilho.
Professor de Língua Portuguesa e Literatura, graduado em Letras pela UEG (Universidade Estadual de Goiás), pós-graduado em arte/educação pela UFG, viciado em literatura de terror/suspense, amante incondicional de séries e Hq´s e fã de carteirinha do mestre Stephen King desde 1996.