Adaptação da Semana: “Carrie” (1976)


FICHA TÉCNICA

Título original: Carrie
Gênero: Terror
Duração: 1 hr 38 min
Ano de lançamento: 1976
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Lawrence D. Cohen, baseado em livro de Stephen King
Produção: Brian De Palma e Paul Monash
Direção de arte: Jack Fisk e Bill Kenney
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0074285

 

TRAILER

CRÍTICA

Carry White (Sissy Spacek) é uma jovem que mantém sua vida reclusa graças as “excentricidades” de sua mãe, Margareth White (Piper Laurie), uma fanatica religiosa que controla a vida da filha com mãos de ferro.  Sendo menosprezada praticamente a vida inteira pelos colegas de sala, por ser considerada “estranha”, Carrie se mantém afastada dos outros adolescentes, e por isso é motivo de piadas e chacotas, tanto por parte das garotas quanto dos garotos. Mas as coisas mudam de figura quando Carrie começa a manifestar poderes telecinéticos (a capacidade de mover coisas com o poder da mente) e decide se vingar daqueles que a mal trataram.

A premissa de Carrie, num primeiro momento, pode parecer simples, quase como só mais um filme para assustar. É impossível não compara-lo aos clichês de filmes de terror onde a personagem principal é menosprezada e o sentimento de revolta para com as injustiças cometidas contra ela chegam ao seu apice no momento da “vingança”. Porém, a diferença é que “Carrie” não se enquadra (ao menos, não em todos os quesitos) nessa categoria. A ambientação é tipica de um filme de terror, afinal, é esse o gênero para o qual foi feito o filme e para o qual foi escrito o livro que deu origem a película.  Estão lá as cenas de sangue, os gritos, as mortes, e etc… Mas há muito mais. Há a tensão entre Carrie e sua Mãe, Margareth, com seu fanatismo exagerado, manipulando espiritual e fisicamente a filha (destaque para a cena em que Margareth prende Carrie no armário). Estão presentes os conflitos de adolescência, a busca constante de Carrie, mesmo que inconsciente, pela aceitação das outras pessoas (isso se reflete na rápida amizade que ela acaba tendo com Sue Snell), pelo fato de querer ser apenas normal, como os colegas de sala, os medos, as angustias e o desespero de uma adolescente perturbada que sofre calada as injustiças (até um certo ponto, e isso é importante de se frisar) cometidas pelos colegas de sala e até mesmo pela própria mãe.

A direção de Briam de Palma, já renomado cineasta norte-americano, exerceu um papel fundamental para o sucesso do filme, não se limitando a “apenas mostrar uma historia de terror”, desvinculou-se dos processos normais de produção de filmes do gênero, deixando para trás tabus e preconceitos da época (logo no inicio do filme vemos uma equipe inteira de vôlei trocando de roupa no vestiário feminino, com direito a surras de toalha em câmera lenta e garotas sensualizando embaixo do chuveiro), preenchendo o filme com a liberdade criativa que a obra original precisava para ser adaptada. Os transições de câmeras e os planos intimistas mostram o mundo de Carrie do seu ponto de vista, acoado e reprimido.

A interpretação de Piper Laurie, como a subjugada Carrie, não pecou em praticamente momento algum. Laurie preencheu a personagem com toda a carga dramática que o diretor precisou para que se abordasse sem sensacionalismo (tudo bem, só um pouquinho…) o tema religiosidade. Afinal de contas, até que ponto a religião pode ser boa? Até que ponto a fé pode ser considerada saudável e benéfica? Carrie White tem a resposta para essas perguntas, e ela não é nenhum pouco agradável.

 

CURIOSIDADES

  • Foi a primeira adaptação de King para o cinema.
  • Segundo filme de John Travolta, onde ele aparece sem muito destaque.
  • No roteiro original a casa de Carrie seria distruida por uma avalanche de rochas, mas como o diretor não conseguiu rodar a cena como desejada acabaram optando por destrui-la em um incendio.
  • Sissy Spacek não estava cotada para o papel principal, até que seu marido (e também diretor de arte) Jack Fisk solicitou uma audição. Briam de Palma acabou gostando tanto que contratou a esposa de Jack para o papel.
  • Apesar do sucesso, se passaram 23 anos para que Carrie tivesse uma continuação nos cinemas.
  • O nome da escola de Carrie, Bates High, é uma referência que o diretor fez a Norman Bates, personagem principal do filme Psicose.
  • Betty Buckley, a professora de ginástica do filme, também interpretou a mãe de Carrie na versão musical do filme para o teatro.
  • O rapaz ma bicicleta, que zomba de Carrie, é Cameron de Palma, sobrinho do diretor Briam de Palma.
  • A tomada tonta durante a cena do baile foi feita colocando William Katt e Sissy Spacek numa plataforma que girava em uma direção, enquanto a câmera a rodeava na direção oposta.
  • O sangue de porco jogado em Sissy Spacek era xarope da marca Karo misturado com colorante para comida, embora ela estivesse disposta a ter sangue de verdade jogada nela.
  • Betty Buckley dublou a fala “Creepy Carrie! Creepy Carrie!” para o menino na bicicleta que ofende Carrie quando ela esta voltando pra casa.
  • O sangue falso jogado em Sissy Spacek continuava a secar e aderindo a sua pele por causa das luzes quentes. A única solução foi sujá-la enquanto a substância ainda estava grudenta.
  • Para seu teste, Sissy Spacek derramou Vaselina no cabelo e não lavou o rosto. Ela também usou um vestido de marinheiro (que a mãe dela havia feito para ela enquanto ela estava na sétima série) com a bainha dele cortada.
  • Quando Carrie faz o carro de Billy capotar, a tomada interior mostra eles girando com ele. Na verdade este efeito não foi conseguido por rodar os atores em um car, mas por simplesmente girar o filme na pós-produção.
  • Sissy Spacek perguntou a Brian De Palma como ele queria que ela reagisse na cena em que Carrie menstrua no chuveiro da escola, e De Palma respondeu “É como ser atingida por um caminhão”.” Spacek falou com o diretor de arte Jack Fisk (seu marido), que quando era criança havia sido atropelado por um carro ao ficar na rua olhando luzes natalinas que o vizinho havia botado, e usou a descrição de sua experiência como base para a cena.
  • Muitas das meninas presentes na cena dos armários estavam hesitantes em aparecer nuas no filme, mas depois que Brian De Palma mostrou a elas cenas de nudez de Sissy Spacek, elas ficaram mais confiantes.
  • Brian De Palma queria que Betty Buckley realmente estapeasse Nancy Allen. Porque Allen não conseguia a reação que De Palma queria, Buckley acabou estapeando Allen mais de trinta vezes.
  • A banda não-creditada que toca na cena do baile, se chama “Vance or Towers”. A canção não-creditada que eles tocam se chama “Education Blues”, disponível em seu álbum de mesmo nome de 1975.
  • Nancy Allen foi a última pessoa a audicionar para o filme.
  • Havia originalmente uma cena onde Carrie, criança, está falando com uma mulher que está tomando banho de sol no quintal, é pega por sua mãe. Margaret arrasta Carrie para dentro de casa e Carrie faz com que caia uma chuva de pedras na casa, o que liga ao final original em que Carrie enterra a casa com uma chuva de pedras. A cena foi atirada de lado porque as pedras não conseguiam o efeito desejado.
  • Na casa de Carrie, há uma estátua que representa uma figura religiosa, trata-se de São Sebastião. Não é um crucifixo e não representa Jesus Cristo.
  • É o primeiro filme de Amy Irving e Betty Buckley.
  • Amy Irving admite que originalmente odiou o roteiro quando o recebeu, mas depois de ver o filme acabado, o achou simplesmente “mágico”. Ela também ficou desapontada que a maioria de suas cenas longas foram cortadas, incluindo uma em que ela está conversando com Tommy no banco traseiro do caminhão dele, o motivo dos cortes é desconhecido.
  • Originalmente, Brian De Palma usou o efeito da tela repartida extensivamente durante a cena do baile. Desapontado com os resultados, ele reeditou a maioria das cenas de volta à tela cheia, deixando só algumas seqüências (que ele achou que o efeito funcionava) com a tela repartida.
  • O anel que Amy Irving usa durante um filme, foi um presente do próprio Stephen King.
  • O filme que Tommy e Sue estão assistindo quando ela o convence a ir ao baile com Carrie é Duelo no Diablo Canyon (1966).
  • Recebeu duas indicações ao Oscar: Melhor atriz para Sissy Spacek e melhor atriz coadjuvante para Piper Laurie.
  • O roteirista Lawrence D. Cohen colaborou com o compositor Michael Gore e o letrista Dean Pitchford e criaram “Carrie: O Musical”, lançado pelo Royal Shakespeare Company, dirigido por Terry Hands e coreografado por Debbie Allen em Stratford-upon-Avon, Inglaterra, em 1988. Mais tarde, no mesmo ano, a produção foi transferida para Broadway, onde Betty Buckley substituiu Barbara Cook como Margaret White. As apresentações da Broadway só duraram cinco vezes, e é considerada por muitos como sendo a mais espetacular falha da história da Broadway.
  • No trailer original do filme, disponível no DVD, é mostrada uma tomada alternativa da cena em que Carrie está tomando banho no chuveiro do colégio, e uma tomada alternativa de Carrie e Margaret ajoelhadas na casa dos White, além da voz original do menino da bicicleta que xinga Carrie (que no filme acabou sendo dublado por Betty Buckley).
  • Linda Blair audicionou para o papel principal, mas desistiu com medo de ficar marcada por ele (como Sean Connery ficou com James Bond). Jill Clayburgh também audicionou, sem ser escolhida. Farrah Fawcett também tentou pegar o papel, mas acabou desistindo por conflito na agenda, pos na época gravava o seriadoa “As Panteras” (1976).
  • Bernard Herrmann, que foi nomeado ao Oscar pela trilha sonora do filme anterior de De Palma, Trágica Obsessão (1976), ficou de gravar a trilha para este filme, mas acabou falencendo em Dezembro, antes que as filmagens pudessem ser completadas.
  • Stephen King baseou Carrie em duas meninas que ele conheceu, a primeira quando ele era estudante, a segunda (uma estudante dele), quando ele já era professor de inglês. Ambas eram pobres, tímidas, e vindas de famílias extremamente religiosas. Ambas morreram antes de completar trinta anos.

 

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6 Responses

  1. Ta faltando uma nota para o filme nesse crítica!

    Pela época que foi produzido, e pelos detalhes, eu daria uma nota 3,5, de 0 a 5.
    Filme é muito bom!!

    A versão mais recente tb não é tão ruim.

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