Título original: The Stand
Gênero: Terror
Duração: 358 minutos
Ano de lançamento: 1994
Direção: Mick Garris
Roteiro: Stephen King
Produção: Mitchell Galin
Direção de arte: Michael Perry e Burton Rencher
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0108941/
TRAILER
CRÍTICA
Em um laboratório militar norte americano um vírus mortal com incrível capacidade de propagação é acidentalmente liberado. Ao perceber o perigo da situação, o segurança Charlie Campion entra em pânico e abandona o lugar com sua esposa e seu filho de colo, mal sabendo que eles já carregavam na pele os resquícios do vírus mortal. Em pouco mais de dois dias, Charlie, assim como seus filho e sua esposa, estão mortos. Apesar da ferocidade do vírus, algumas pessoas, por motivos que ninguém sabe quais são, são imunes a ele. Dentre elas estão, por exemplo, uma senhora de idade com estarnhos poderes psíquicos apelidada de Mãe Abigail, que recruta um séquito de seguidores, devido a capacidade de entrar em seus sonhos, chamando-os até a sua casa, onde formam um grupo de sobreviventes que apelidam o lugar de “Zona Livre”. Em contra partida, em Las Vegas, Nevada, um homem igualmente misterioso, porém extremamente malvado, chamado Randall Flagg, recruta sua própria equipe de ladrões, traiçoeiros e marginais, com os quais tentará conquistar de vez o que sobrou de um mundo pós apocalíptico.
Há muito tempo King tem sido uma verdadeira mina de outro em se tratando de adaptações, sejam elas para a tv, quadrinho, cinema ou até mesmo teatro. Tudo que envolve seu nome é garantia de, senão sucesso iminente, pelo menos visibilidade, independente da qualidade das adaptações. Tal maneira de pensar dos engravatados de Hollywood, aliado ao senso critico (ou a falta dele) de certos produtores, pode ser uma faca de dois gumes. Pois, enquanto essa linha de raciocinio pode gerar belas adaptações como “À espera de um milagre”, “Conta comigo” ou “Um sonho de liberdade”, também pode haver pisadas na bola, como as conhecidas adaptações de “andando na bala”, “o apanhador de sonhos” (tudo bem que “Andando na bala” não é um dos melhores trabalhos do mestre, mas o filme ainda consegue se superar no quesito “ruindade”). Felizmente, A Dança da morte não se enquadra nessa segunda categoria. Por mais que alguns fãs mais fervorosos (e exagerados) critiquem bastante o trabalho do diretor, Mick Garris, que já foi parceiro de King em diversas outras adaptações do escritor para o cinema e tv, fez um ótimo trabalho. Tanto como seriado quanto como adaptação, “A dança da morte” funciona muito bem, sendo bastante fiel ao conteúdo do livro.
A proposta inicial, feita por ninguém menos que George A. Romero, foi de adaptar a obra para o cinema. Porém, devido a complexidade e ao tamanho da obra, seriam necessários pelo menos dois filmes. Foi quando Garris apareceu com a proposta de adaptar o livro direto para a tv, em formato de mini série, com o pomposo orçamento de 28 milhões de dólares. Trato feito. O próprio King assinaria o roteiro da mini série, que seria dividida em quatro partes: A Praga (The Plague), Os Sonhos (The Dreams), A Traição (The Betrayal) e A Prontidão (The Stand) e que contaria com atores de peso nos papeis principais, como Gary Sinise (Forrest Gump), Ed Harris (Apollo 13) e Kathy Bates (Louca obsessão) quer dariam vida aos personagens criados pelo mestre do terror moderno.
Os outros números também não deixam a desejar. Foram mais de três meses de gravação, passando por mais de cinco estados e 95 locações e mais de 120 papeis com fala. Com isso, Garris conseguiu manter o máximo possível de fidelidade ao livro (que, assim como os números relacionados a mini série, também é enorme). O ambiente pós apocalíptico ficou bastante realista, mesmo se consideramos o fato de que na época os efeitos especiais ainda não eram tão especiais assim. A história, apesar de ser semelhante a tentas outras do King, que mostra um grupo de pessoas se unindo para enfrentar uma ameaça em comum (vide: Rose Red, Desespero ou Tempestade do século, por exemplo) tem sua própria parcela de verossimilhança, mesclada a fantasia de uma maneira escrachada e nenhum pouco sutil, mas que no final das contas é capaz de nos deixar com medo de uma super gripe quando nós mesmos espirramos.
Assim como o livro, que apesar de ser considerado um dos melhores do autor, está longe de ser perfeito, a adaptação também padece de alguns problemas. O excesso dramático desnecessário de algumas partes, por exemplo. A graça do livro, na verdade, está nos dramas pessoais de cada personagem. Infelizmente, diferente do livro e apesar das tentativas, o diretor não conseguiu transpor muito bem as sensações que sentimos enquanto lemos o livro. Esse foi um dos poucos pontos fracos da adaptação, na humilde opinião de quem vos fala. Apesar de eliminar boa parte das cenas de ação e se concentrar mais no desenvolvimento dos personagens, creio que o diretor deixou um pouco a desejar nesse aspecto.
Outro ponto retratado na obra (e aqui alguns diriam ser um defeito do próprio autor, apesar de eu não concordar com isso) é a inserção de alguns “vícios literários” de Stephen King. Em grande parte das suas obras (e aqui me refiro as adaptações), por exemplo, é possível antecipar o castigo dos vilões, a forma como o grau de maldade deles está diretamente ligado ao castigo imposto a eles no final das adaptações, além de coadjuvantes, aparentemente sem importância, adquirindo funções exatamente contrárias a isso, com o decorrer das obras (vide Dudle, o garotinho de “o apanhador de sonhos” ou o garoto mal interpretado pelos pais ateus devido a sua fê repentina em “Desespero”, ambos personagens que se revelam mais importantes do que os telespectadores realmente esperavam). O final, apesar de funcionar muito bem no livro, no filme também deixou um pouco a desejar. Ficou aquela sensação de que “A coisa toda acabou de repente demais”. Porém, apesar dos pesares, a dança da morte ainda é uma das melhores adaptações dos livros do mestre.
CURIOSIDADES
- Foi planejado e exibido originalmente no formato de mini série para a tv.
- Era intenção da ABC que Rob Lowe interpretasse o personagem Larry Underwood.
- Rae Flowers, interpretada por Kathy Bates, é um homem no livro que deu origem ao filme.
- Quando Stu Redman quebra a perna ele usa a mesma bengala que foi usada pelo mistérioso Andre Linoge em “A tempestade do século”, filme com roteiro de King direto para tv.
- A cena em que o carro quase atropela a cabeça do personagem Nick Andros foi rodada de trás para frente.
- Sam Raimi, diretor de “evil dead” (uma noite alucinante, no Brasil), “Arraste-me para o inferno” e mais atualmente da trilogia “Spiderman”, faz uma participação especial no seriado no personagem de Bobby Terry (o assassino do juiz Farris).
- A primeira aparição do personagem Randall Flagg foi no romance que deu origem ao filme. Posteriormente ele apareceria como vilão em diversos outros livros de S.K, entre eles a série A Torre Negra, onde é mais conhecido pelo nome de “Homem de preto”.
- O roteiro do livro tem cerca de mais de 400 páginas, 8 horas de duração e pelo menos 4 horas e meia de trilha sonora.
- O designer de produção Nelson Coates, que já ganhou o Emmy por seu trabalho como designer, foi responsável pela construção de todos os 225 sets utilizados no seriado.
- Originalmente a mini série seria gravada em Boulder, Colorado, porém após a aprovação da segunda ementa do Colorado, que anulou as leis locais dos direitos dos homossexuais, como forma de protesto a produção foi transferida para Utah.
- Ganhou o Emmy de 1994 de melhor som e melhor maquiagem, além de ter sido nomeado para as categorias: Melhor direção de arte, melhor fotografia, melhor mini série e melhor composição musical.
- Foi lançado originalmente em duas fitas VSH, com a primeira contendo a parate 1 e 2 do seriado e a segunda contendo as partes 3 e 4.
- Na mini série, diferente do livro, não há nenhuma menção temporal que nos dê pelo menos uma pista de quando ocorram os fatos ali narrados.
- Vários personagens menores do romance foram combinados em um único personagem, mantendo os elementos da trama, mas simplificando a história um pouco. Col. Dick Deitz e Dr. Elder são mescladas no caráter de Dr. Deitz, Vermont Stovington Disease Center. Rita Blakemoor, companheira originail Larry durante sua saída de Nova York, foi combinada com o caráter de Nadine Cross. Elementos do caráter de Perion McCarthy são expressos por Dayna Jurgens na minissérie.
- Nos comentários do DVD, afirma-se que o roteiro é baseado na versão original, abreviada do romance.
1. Project Blue [1:33]
2. The Dream Begins [2:08]
3. On the Road to Kansas [3:57]
4. The Trashmen in Vegas [1:58]
5. Headin’ West [1:56]
6. Larry & Nadine [2:38]
7. Mother Abigail [3:10]
8. ‘Sorry Mister, I Don’t Understand’ [2:54]
9. Mid Country [3:22]
10. Mother Greets the Multitudes [1:25]
11. M-O-O-N… That Spells Suicide [2:12]
12. ‘One Will Fall by the Way’ [3:43]
13. Beginning of the End [3:22]
14. The Stand [3:46]
15. Tom & Stu Go Home [2:33]
16. ‘Ain’t She Beautiful’ [6:00]
ELENCO
Gary Sinise é Stu Redman
Miguel Ferrer é Lloyd Henreid
Molly Ringwald é Frannie Goldsmith
Jamey Sheridan é Randall Flagg
Laura San Giaé é Nadine Cross
Ruby Dee é Mother Abagail Freemantle
Ossie Davis é Judge Richard Farris
Corin Nemec é Harold Lauder
Matt Frewer é Tréhcan Man
Adam Storke é Larry Underwood
Ray Walston é Glen Bateman
Rob Lowe é Nick Andros
Bill Fagerbakke é Tom Cullen
Peter van Norden é Ralph Brentner
Rick Aviles é Rat Man
Max Wright é Dr. Herbert Denninger
Shawnee Smith é Julie Lawry
Cynthia Garris é Susan Stern
Kareem Abdul-Jabbar é The Monster Shouter
Warren Frost é Dr. George Richardson
John Bloom é Deputy Joe-Bob
Troy Evans é Sheriff Johnny Baker
Stephen King é Teddy Weizak
John Landis é Russ Dorr
Sam Raimi é Bobby Terry
Chuck Adamson é Barry Dorgan
Kellie Overbey é Dayna Jurgens
Ray McKinnon é Charlie D. Campion
Bridgit Ryan é Lucy Swann
David Kirk Chambers é Brad Kitchner
Kathy Bates é Rae Flowers (uncredited)
Ed Harris é Gen. Bill Starkey (uncredited)
Sherman Howard é Dr. Dietz
Ken Jenkins é Peter Goldsmith
Richard Lineback é Poke Freeman
Sam Anderson é Whitney Horgan
Leo Geter é Chad Norris
Patrick Kilpatrick é Ray Booth
Jordan Lund é Bill Hapscomb
Jim Haynie é Deputy Kingsolving
Professor de Língua Portuguesa e Literatura, graduado em Letras pela UEG (Universidade Estadual de Goiás), pós-graduado em arte/educação pela UFG, viciado em literatura de terror/suspense, amante incondicional de séries e Hq´s e fã de carteirinha do mestre Stephen King desde 1996.
7 Responses
A experiência com o livro sempre será mais profunda do que a de um filme, pois o filme já joga na sua mente toda a informação visual enquanto que o livro entra em sua mente e faz com que você produza as imagens que mais podem mexer com você e atravessar sua mente…concluo que é impossível transportar para um filme toda o peso emocional do livro. Estou curioso para ver como o Ben irá retratar a história com os recursos de hoje em dia e como ele vai capturar a atmosfera da história.
nem sempre,amigo:assista “um sonho de liberdade”,e depois leia o conto que deu origem ao filme,no livro Quatro Estações.
nesse caso,o filme superou e muito o material de origem!
Olá amigo,
Estive lendo algumas coisas pelos site e cheguei a um questionamento:
É acondelhável ler A Dança da MOrte antes ou depois do volume quatro da Torre negra??? Ou isso não faz sentido algum??
Leonardo,
creio que você pode ler qualquer volume da torre negra sem antes ter lido outro livro do mestre. Existem alguns pequenos spoilers de outros livros, mas não são muito claros. Então pode ler antes da dança da morte tranquilo.
Mas, só para fatos de compreensão, existe uma lista com algumas conexões entre os livros da torre e outros livros escritos por king no site do projeto: http://projeto19.com/conexoes.html
Boa leitura!
A dança da morte é um excelente livro, fiquei curioso para assistir o filme, apesar de não acreditar que seja tão bom quanto.
O livro me inspirou muito como autor para criar o Entre Demônios.
Blog: livroentredemonios.blogspot.com.br